Sobre Jejum Intermitente

Em 2016, Yoshinori Ohsumi ganhou o Nobel de Medicina ao comprovar que o jejum promove renovação celular e ajuda a destruir células potencialmente cancerígenas e aumenta a longevidade.

Considerado como prática medieval e condenado durante muito tempo pela pseudociência moderna, foi necessário que alguém fazendo uso do verdadeiro método científico demonstrasse que a prática das mais diversas religiões, comprovou a sabedoria que a sabedoria ancestral estava certa.

Observo que o jejum não deve ser praticado por qualquer pessoa e cada um deve assumir os riscos se quiser realizá-lo. Algumas condições de saúde demandam cuidado: o que torna esta prática desaconselhável.

Lágrimas de Alice

Ela não queria se matar.

Ela só queria morrer.

Não aguentava mais a dor da rejeição. Se sentia feia, incompetente e distante até das pessoas que amava.

Só que naquele dia, de forma inexplicável, um raio de sol entrou no seu quarto de forma estranha: era roxo. Por 2 segundos, o feixo dourado ficou púrpura sem nenhuma explicação. Como se não bastasse, um beija-flor pousou na janela.

Era como se fosse um recado de que a vida valia a pena.

Ela nunca planejou se matar nem nada disso. Somente carregava uma tristeza profunda.

As coisas não mudaram como mágica depois disso.

Ela continuava triste, mas o ocorrido, como um bom dia colorido da caixa de supermercado ou um boa tarde do velhinho da praça, lhe deu novo ânimo.

A Primeira Mulher

Quando Deus fez o moço do barro;

no céu, Yaweh, nunca foi homem nem menino.

Era Senhor e Rei, de espectro masculino.

Na terra, entre os pares dos bichos, fez habitar feminino:

entre gaivotas e lobas, mas faltava inda, cês sabem, outro ser que fosse divino.

Dizem alguns, que entre os anjos, nem todos eram guerreiros.

Que haviam por certo herdeiras por entre os dos céus, cavaleiros.

Mas foi na solidão, do sono profundo de Adão,

que Elohim fez. do varão, a nova jóia da criação.

Foi a cereja do bolo, foi o recheio do pão.

Ou se você preferir, foi da torta a massa e do sanduíche o quinhão.

Vendo que tudo era belo, quis o Pai caprichar, no capricho da perfeição.

Pro êxtase do deslumbrado, que logo após acordado, exclamou ante a moça, sem roupa, sem casa, sem louça!

Todo esforço era nada, senão do jardim desfrutar;

feita pro mesmo trabalho, leve de seu irmão.

Criada pra ladear, o lado do coração,

feita amazona além-lar, não pra somente constar.

mas muito mais pra SER, como fez Yaweh a Adão.

Sobre a Fé

Fé é mais do que crença e mais que experiência. É um sentido espiritual assim como há sentidos fisícos como paladar, o olfato, visão e tato. A fé é como um sexto sentido capaz de se aperceber em gradações de maior ou menor tamanho, a realidade espiritual, e é uma potência capaz de interagir e dar respostas ao mundo místico, ao mundo metafísico, por meio de Cristo Jesus, afim de que Deus, o Pai se agrade e tenhamos vida nO Espírito Santo. Ela tem uma boa porção de razão, embora transcenda a mesma, porquanto para crer, é necessário intuir de fato – e não apenas acreditar- e ser iluminado pelo Espírito de que a mensagem do evangelho ou que determinada porção da Escritura é verdade. A fé permite perceber a realidade do mundo espiritual e a audição da Palavra de Deus induz ao crescimento desta musculatura espiritual.

– Júlio Servo

E o fim dos Tempos?

Era pra postar no Twitter, mas o Twitter deu pau e foi melhor que aumentei o texto. 😉

É, tô vendo que minha escatologia pode acabar mudando. Eu que já fui dispensacionalista pré-tribulacionista flertando com o mid-tribulacionismo, que passei pro pré-milenismo histórico pós-tribulacionista, agora estou conhecendo o preterismo parcial e por enquanto tá fazendo sentido. Vamos ver no que vai dar.  Rs

 

#teologia #vida #boasnotícias #escatologia

Arte versus Política

 

O fato das pessoas serem incapazes, no primeiro lance, de apreciar uma música de Beethoven ou uma pintura de Rembrandt, pode nos revelar, o quanto que nos afastamos da beleza. Talvez, os camponeses  que ouviam, pela primeira vez as notas de Für Elise, sentissem mais um misto de estranhamento com deslumbramento do que uma satisfação imediata, mas que os pavimentava para a alegria artística, se dessem abertura àquela experiência.

Nós, diferente deles, tivemos os ouvidos entupidos, não pela vida brusca da roça, mas pelos ruídos incontáveis do nosso tempo, por um  mundo aceleradíssimo que impede que paremos diante duma flor.

Nossos sentidos foram embotados pela velocidade dos carros e das mensagens no whatsapp, mas por outro lado, com todas as possibilidades que temos, podemos ser sensibilizados pela arte, como nenhum nobre ou aristocrata do passado poderia. Enquanto um rei teria de levar à sua corte, um grande artista, para ouvi-lo,  hoje, temos a possibilidade conceitual-estética disponível, mais do que nunca.

Elas estão disponíveis no spotify onde você escolhe a canção que quer escutar, no pinterest em que você pode favoritar um pintor para sempre apreciar as suas obras e no lelivros, onde livros recentes podem ser baixados de graça,  em pdf ou no formato que melhor for conveniente ao leitor; enfim, nas mais variadas plataformas digitais. Simplesmente, cabe a cada um fazer uso desta janela de oportunidade se assim desejar.

Minha sugestão é: consuma mais boa arte e tenha uma experiência graciosa com a beleza, afinal de contas, como dizia o saudoso Ferreira Gullar, a arte existe porque a vida não basta.

Quanto a mim, continuo observando a política, porém um pouco afastado, porque a política não me leva a um estado de graça como a poesia faz.

Costumo brincar que mexer com política é como ter de limpar a caixa de gordura da sua casa, ou ter que recolher o lixo dos banheiros e da cozinha. Não é a coisa mais agradável de fazer. Mas é legal, que depois que você limpa, tudo está melhor ordenado para o funcionamento pleno da casa. A política é nobre porque permite que a gente se volte para as coisas mais essenciais da vida e da nação. Já a arte, é nobre porque é como o sol se pondo num horizonte de uma praia cristalina: ela pode apelar pra realidade nua e crua, e até feia, mas geralmente ou quase sempre, contém uma plasticidade que nos remete à beleza e à vida.

A política é o sistema de saneamento da casa, a arte é o jardim da mesma casa. Uma é fundamental, a outra, essencial. Pode parecer a mesma coisa, mas não é.

 

 

​Quando dois mais dois são 7

Por ocasião da morte do poeta; quando as lágrimas me impeliram à escrita e a escrita me lançou aos versos.
                             ****

Jaz nesta tela um ex-concretista.

Feitor de pedras finas e sujas.

João Cabral lhe chamaria amigo.

*

Definhou pálido e vivo: paradoxalmente, pois se desiludiu com o vermelho.
Expira um artesão de letras e cores e eu diria sóbrio opinador de opiniões.
Morre o homem, o pai, o velho.
Morre um dos últimos gigantes, 

e sentiremos falta dos seus versos.
Ele que é cantador dos lirismos infantes 

e das expressões matemáticas certeiras.
E ei-lo  ali no texto; ele que degustou tão bem do bom vinho da poesia.

Tradutor de outros bardos de outras línguas.
Morre amante das praças gregas 

e pregador eloquente contra Alexandres e Napoleões.
Cabelos longos grisalhos

mas ainda desconfia de Deus.

Ou será que não?
Deus não desconfia dele

Pôs alguma coisa distinta e vibrante

nessa alma cheia da energia da vida.
O poeta, ora, o poeta, é carregado dos sentimentos dos homens!
E este, amigos, este morreu!
E morreu tanto nos admiráveis versos seus; 

e morrer é como diz outro poeta: rezar! –
Que Deus com pena, deve perdoar 

este ateísmo vacilante e cético; 

que não é convicto em desacreditar e 

longe está do ósculo profano.
E sobre esta coisa bela de dizer; daquilo que é plenamente humano,

vos digo, amigos, neste simplório canto:

em que minhas lágrimas derramam-se sinceramente. 

E é tão estranho que um poeta possa amar,
nos versos surdos de um outro alguém desconhecido,
A tinta roxa derramada num recinto; 

sob uma pena que fingida ou não, chorou,

tanta sangria, amigos,  de alma e cores; 

que de peito aberto, todos sabemos que amou!